FTFWT - Capítulo 1



Finalmente minha vida estava sendo encaminhada para um novo rumo, meu maior sonho, que é ir para Londres, estava prestes a se realizar e eu não conseguia acreditar nisso. Sorri encarando meu passaporte, podia sentir meus olhos brilhando. Ai carai! Não posso chorar, isso é muita boiolice.

Viver no Brasil era bom, tinha lá suas vantagens, mas eu nunca senti que pertencia a esse lugar, na verdade eu sentia que não pertencia a esse mundo. Suspirei e sorri pegando minha mala e indo até a fila de embarque, uma vez que eu já tinha feito o cheque in.

De repente comecei a sentir meus pés tremerem e arregalei os olhos. Ah não! Era muito azar pra uma pessoa só! O Brasil está em cima de uma placa tectônica, não tem como ter terremoto. Olhei ao redor e eu era a única que estava desesperada, os outros andavam normalmente.


-Mas... o que?!- Falei antes de gritar, um buraco negro se abriu em meus pés e eu comecei a cair. Meu Deus, vou morrer? Justo quando estava prestes a ir pra Londres? Não! Foi meu ultimo pensamento antes de bater em algo de concreto.- Ai...- Sussurrei meio gemendo de dor.

O vento frio bateu em meu corpo e imediatamente me abracei, olhei ao redor, eu estava em uma estrada asfaltada e era noite. Bati os dentes de frio e franzi o cenho. Por que eu estava com essa roupa fininha? Onde está minhas malas? E minhas roupas? Eu estava antes de jeans e tênis, agora estou de pijamas, descalça e sentia meu cabelo revoltado. Para ajudar no meu azar o frio estava aumentando. Se eu começar a chorar aqui, vai ser infantil?

Respirei fundo e comecei a caminhar, isso daria para algum lugar, só tenho que tomar cuidado pra não encontrar nenhuma casa abandonada, eu ainda não estou louca e assisti muitos filmes de terror para saber que isso nunca dá certo.

Não sei quanto tempo caminhei pela estrada escura, sei apenas que eu estava começando a congelar. De repente sinto uma luz nas minhas costas e ouço o barulho do carro a toda velocidade, é agora que eu morro.

Fechei os olhos e me encolhi, me virei de frente para o carro e dei um passo para trás, mas como eu sou uma pessoa da qual tem uma coordenação motora duvidosa, embolei nos meus próprios pés e acabei caindo no asfalto. Para a minha sorte, o carro parou antes que me esmagasse.

Alivio se passou por mim, mas não consegui me levantar devido a vergonha que eu estava sentindo. As portas do carro se abriram e dois rapazes saíram de lá. Meu azar continua, pensei gemendo de tristeza.

Ou talvez não, olhando essas duas belezuras só poderiam ser mandados pelos anjos. É eu morri, vim pro céu e Deus teve piedade de mim e mandou dois anjos deliciosos pra me levar até o paraíso. Ai caramba! É pecado pensar isso de anjos né? Desculpa Deus, não vou pensar mais isso.

-Moça, você está bem?- Encarei o rapaz, ele era mais alto dos dois, magro mas tinha um porte atlético, seus cabelos eram castanhos e estava um pouco cumprido seus olhos era de um verde intenso e me encarava preocupado. Consegui apenas assentir. Mentalmente suspirei chateada e aliviada ao mesmo tempo, não tinha morrido ainda.

Se eu não morri, melhor ter cuidado com eles, os filmes de terror dizem sempre que a maioria dos serial killer dão carona para as pessoas.

-Qual o seu nome?- Me virei vendo o outro rapaz, esse era loiro, mais baixo que o outro, mas ainda assim parecia ser mais alto que eu, seus olhos eram de um verde meio azulado e parecia ser o mais velho. Droga, já é difícil escapar de um, imagina dois? Vou ter que lembrar das lutas de power rangers e dos filmes do Jack Chan.

-Amanda...- Falei tremendo de frio e me abracei. O segundo cara se abaixou e me entregou um casaco o que agradeci.

-Bom eu sou Sam e esse é meu irmão Dean.- Se apresentou.- Então... Amanda, como você veio parar aqui?- O cara altão perguntou e me encarou de cima a baixo.- E com essas roupas?

-É meio confuso, eu ia viajar para Londres e então um buraco negro se abriu e eu cai nessa estrada, com essa roupa e eu juro que eu estava de jeans.- Falei encarando nos olhos do cara que disse se chamar Sam.

-Venha, você consegue se levantar?- O que era Dean perguntou, assenti e com a ajuda dele fiquei em pé.- Temos água lá dentro do carro.

-Segundo as leis dos filmes de terror, eu não deveria pegar carona com vocês.- Comentei séria.- Mas como eu não tenho opções vou com vocês, mas já vou avisando, eu afio meus dentes com uma lixa e não tenho medo de morder, sei várias lutas faixa preta.- Meu tom sério fez os dois darem risada e no fim até eu ri. Mas eu falava sério.

-Muito bem senhorita eu sei cuidar bem de mim, nós só queremos te ajudar.- Sam comentou e eu assenti.

-Sendo assim, tudo bem.- Sorri torto.

Quando entramos no carro eles me deram água para beber, da qual eu aceitei prontamente. O interior do impala, sim eu sou apaixonada por carros, estava quente o que eu agradeci mentalmente. Eles me encaravam e eu encarava de volta.

-Sei que querem se livrar de mim logo, mas com o carro parado não vamos chegar a um lugar certo.

Ambos assentiram e Dean começou a dirigir. Era bom estar no banco de trás do carro, eu conseguia encarar os dois e eles não iriam me perguntar o por que estar os encarando. Agora que eu sei que eles não são anjos eu posso observa-los mais atentamente.

Sam tinha um rosto meio fino, queixo quadrado e um pequeno vinco aparecia em sua testa enquanto ele procurava alguma coisa no jornal, estranhamente ele tinha um ar intelectual, me lembrei de quando encarei ele nos olhos, havia alguma coisa lá que era escondido por uma máscara, havia coisas que me deixou completamente curiosa.

Já Dean tinha um rosto mais redondo, não que ele fosse gordo, pelo contrário, sua expressão física era de quem não liga para nada, mas assim como o irmão, nos olhos havia algo lá que estava o matando por dentro, mas ele disfarçava isso enquanto batucava os acordes da musica Nothing Else Matters do Metallica no volante do carro.

Isso o que os dois escondiam era dor.  Fora que senti um clima tenso entre os dois, mas eles sabiam disfarçar perfeitamente bem, se fosse uma pessoa que não prestava atenção nas coisas a sua volta não notaria isso.

-Então, o que fazem para sobreviver?- Perguntei tentando quebrar o clima.

-Somos caçadores.- Dean respondeu e quando se deu conta do que disse encarou Sam, esse ultimo o encarava como se estivessem conversando com os olhos.

-Sério? E o que vocês caçam?- Perguntei empolgada.

-Monstros de todo o tipo.- Dessa vez quem respondeu foi Sam, mas ele não notou isso e continuou a virar o jornal.- É como o negócio da família.

-SAM!- Dean exclamou e só então Sam notou o que havia dito.

-Droga!

-Não discutam com isso.- Disse respirando fundo.- Eu tenho isso com as pessoas, elas sempre falam a verdade perto de mim.- Dei de ombros e os encarei.-  Por isso não acharam estranho o que eu disse sobre ter simplesmente caído na estrada.

-Você pode estar mentindo.- Dean comentou e eu o encarei com fúria.

-Eu não sou uma mentirosa!- Exclamei entre dentes.

-Aprendemos que não podemos confiar totalmente nas pessoas.- Sam disse com uma voz amarga. Mas no momento não me importei, retirei o casaco de Dean, que cheirava muito bem, e falei entre dentes.

-Para o carro!

-O que?- Exclamaram juntos e me encararam.

-Para a droga desse CARRO!- Gritei e quando Dean parou o impala encarei Sam.- Vai um pouco mais pra frente.- Confuso, Sam fez o que eu pedi, ergui o banco o tanto que consegui e então abri a porta do carro, eu sai meio que exprimida, mas sai.

-Onde você vai?- Perguntou Dean.

-Pra qualquer lugar!- Gritei de volta envolvendo meus braços no corpo devido ao frio. Vi Dean correr até mim, apertei o passo por isso.

-Mas você não pode ir por ai a noite e sozinha.- Sam disse mais alto para que eu pudesse ouvir.

-Vou pra qualquer lugar onde as pessoas acreditem que eu não minto!- Gritei sem me importar de estar parecendo louca.

Nesse momento três coisas aconteceram ao mesmo tempo. Minha falta de coordenação voltou, me fazendo tropeçar em um buraco na estrada, um vento forte passou por nós me fazendo tremer de frio devido as roupas e uma vertigem tomou conta de mim. Tudo o que eu lembro foi de tombar o corpo, depois disso tudo ficou escuro.

Depois de ter apenas a escuridão dominando a minha mente, eu comecei a sentir algo macio em minhas costas, meu estomago estava fundo e minha cabeça doía, deveria ser fome. Abri os olhos e sentei, só então notei que estava em uma cama muito macia por sinal. Me lembrei dos últimos acontecimentos e bufei.

Caminhei até o corredor e encontrei várias portas, mas um cheiro delicioso de torradas estava me fazendo ir naquela direção. Não demorou muito e logo encontrei Sam e Dean sentados na mesa, tomando café da manha. Pude reparar que Sam é mais saudável e Dean é mais das gorduras.

-Bom dia.- Murmurei.

-Bom dia Amanda.- Falaram juntos, mas Dean continuou.- Bom, eu queria me desculpar pelo nosso comportamento de ontem foi inadmissível e nos desculpe por ter duvidado de você.

-É que estamos á tanto tempo nesse meio que simplesmente desconfiamos de todos.- Sam completou enquanto comia um lanche natural. Me sentei de frente para os dois e fiz sinal.

-Creio então que vocês tem uma longa história para me contarem, então depois posso pensar se perdoo vocês.

O resto da manha eles passaram me contando a vida deles, de como perdeu a mão queimada no teto, como cresceram caçando esses monstros, onde Dean era sempre quem cuidava do Sam. Me contaram da perda do pai para salvar Dean, como depois de um ano Dean vendeu sua alma para salvar Sam, a amizade com Ellen e Jo Harvelle. Abriram e fecharão os portões do inferno, Sam indo atrás de alguém que pudesse ajudar Dean a recuperar a alma, a amizade com Ruby o demônio, Lilith, Dean indo pro inferno e depois voltando. Os anjos ajudando Dean a voltar, amizade com Castiel, Sam bebendo sangue de demônio por influencia da Ruby. Como foram enganados e tentavam parar os sessenta e seis selos para impedir que Lúcifer fosse liberto, a descoberta de que Ruby estava ajudando eles a abrirem os selos e libertar Lúcifer, morte de Lilith. A chegada do Apocalipse, Sam descobrindo ser receptáculo de Lúcifer, Dean descobrindo ser receptáculo de Miguel, eles lutando contra anjos, demônios e os anjos em si, o acordo que Sam e Dean fizeram de que não iriam aceitar os dois, a aparição dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse e como tiveram que lidar com isso, para prender Lúcifer, Sam teve que dizer sim a ele, me falaram que eles tinham um meio irmão e foi esse meio irmão que aceitou Miguel, mas no final não houve a luta, pois devido aos quatro anéis dos Cavaleiros, Sam conseguiu abrir uma espécie de jaula que era no inferno e prendeu Lúcifer e Miguel.

Assim que tudo acabou, Dean foi viver sua vida com uma moça da qual ele era apaixonado e ela tinha um filho, mas não era filho de sangue de Dean, mas o rapaz considerava como tal, Sam voltando da jaula mas estava sem alma, a aparição do avô materno deles, o céu sem um governante e todo o mundo das criaturas estavam instáveis. O tal do Castiel fazendo um trato com um tal de Crowley e eles estavam na busca de muitas almas, assim Castiel abriu as portas do purgatório e absorveu todas as almas, mas acabou liberando os Leviatãs, as piores criaturas. Claro que voltaram um pouco e disseram como o céu estava um caos na busca de um líder e isso os fizeram ter muitos inimigos. Depois voltaram para explicar como foi ter que matar os leviatãs, quando conseguiram matar o líder dos leviatãs, Dean foi parar no purgatório. Quando ele conseguiu voltar teve que lidar com coisas que consideravam normais. Falaram a respeito de Kevin o profeta que os ajudavam, disseram das tábuas de anjos e demônios e havia um feitiço que prendia os demônios para sempre no inferno e precisavam de três testes. Sam fora o “escolhido” e teve que sofrer depois as consequências de ter quase morrido. Um anjo os enganou, outra vez, Metraton fez os anjos caírem e eles queriam voltar para o céu, Abbadon e Crowley brigando pelo inferno e tudo mais o que aconteceu com eles todo esse tempo.

Fora é claro, da briga entre eles, o fato de Sam não perdoar Dean por tê-lo enganado e eles estarem brigando, estão lidando com a perca de todas as pessoas importantes que morreram. Assim notei que os dois estavam muito magoados um com o outro e com a situação, não conseguindo se perdoarem.

-E bom, é basicamente tudo isso.- Sam falou e eu os encarava de boca aberta.

-Ok... eu acho que eu buguei...- Comentei respirando fundo e tendo tudo em foco.- Nossa, vocês passaram por tantas coisas...

-Comentamos sobre nossa vida, mas me diga um pouco da sua vida.- Dean perguntou e fiz careta.

-Perto disso minha vida é tão sem graça.- Torci o nariz.- Meus pais se separaram quando eu era nova, sou a mais velha, tanto filha quanto neta, sempre fui dedicada nos estudos e independente. Nenhum incidente e nem acontecimentos estranhos. Sempre tive um sonho de ir pra Londres e acho que é só isso. E sim, eu perdoo vocês dois, sei que com tudo isso toda essa trajetória fica complicado então é normal vocês pensarem assim.

-Hum, certo.- Dean comentou e Sam me encarava como se eu fosse um ET. Ah, qual é, nem todos tem uma vida legal e agitada.

-Bom, não sabemos ainda o que vamos fazer com você, estamos resolvendo um caso. Gostaria de nos ajudar?

-É claro!- Abri um sorriso que rasgava a minha boca.- Então, quem são as vítimas?

-Não há um padrão específico.- Dean comentou.- Já foram seis mortes.

-E acho bom apressarmos o passo e irmos até Illinois, antes que mais alguém acabe morrendo.- Sam disse.

Não demorou mais que dois minutos e nós três já estávamos indo até a cidade que  Dean comentou. Eu, curiosa como sempre fui, fuçava na internet procurando o perfil das vítimas nas redes sociais. Enquanto fuçava eu pensava em tudo o que os dois me falaram, ao mesmo tempo em que prestava atenção no que Sam dizia para conseguirmos as tais informações.

-Vocês acham que é o que?- Perguntei.

-Nunca sabemos direito, as vezes acertamos, as vezes não.- Sam comentou.

-Eu acho que é um espirito.- Comentei e Dean suspirou.- O que?

-Você age com tanta naturalidade, para quem sempre teve uma vida normal. Era para você estar assustada.- Dean comentou e Sam concordou.

-Não sou tão normal assim.- Dei um sorriso sem graça.- Digamos que eu seja um tanto... sensitiva...

Depois disso não comentamos mais nada, eu já havia encontrado o perfil do facebook das garotas e estava analisando as fotos delas. Franzi o cenho.

-O que foi?- Sam perguntou ao ver minha testa vincada. Balancei a cabeça.

-Quando chegarmos em um hotel eu explico.- Comentei, mais dois minutos e logo já estávamos no hotel. Eles deram nosso sobrenome de Stark, e eu era a irmã mais nova dos dois, assim não haveria problemas futuros, cara isso de carteira falsa é muito show.

-Poderia nos explicar agora?- Dean perguntou assim que entramos no quarto.

-Vejam, estão vendo?- Apontei para todas as suspeitas.- Elas estão com o mesmo pingente, seja na forma de colar ou de pulseira, não é querendo dizer nada não mas pelo que eu já pesquisei existem dois significados para essas correntes. Normalmente são pessoas submissas na hora do sexo e além disso gostam do mesmo sexo. A lua é para as mulheres, já o sol representa os homens. E pelo que eu pude ver, um dos homens estava usando uma corrente masculina com o pingente.

-Como você descobriu tudo isso?- Perguntou Sam chocado, seu irmão não estava diferente. Dei de ombros.

-Bom, eu sou curiosa e sempre fui atrás das coisas.

-Certo, precisamos então nos apressar e...

-Pode parar Dean.- O cortei.- O máximo que vocês tem que fazer é descobrir uma casa de submissão.

-Mas...

-Sam...- Me virei o fitando.- Faça o que eu digo, como eu disse essa é uma casa de submissão para pessoas que gostam do mesmo sexo.- Então usei um tom sarcástico.- A não ser que você e Dean finjam ser gays.

-Não!- Disseram juntos, levantei uma sobrancelha.

-Foi o que eu pensei.- Sorri torto.- Como eu mesmo sendo heterossexual não ligo de atuar, faço o papel de moça lésbica. Então, podem começar a investigar.

Meia hora depois, Sam havia descoberto a ultima casa de submissão da qual a ultima garota havia participado e então mais meia hora depois já estava no local. Dean resolveu me acompanhar para ficar a espreita e ver se tudo iria sair como o planejado e eu não me machucaria, Sam resolveu ficar no hotel e continuar investigando.

 Eu nunca havia entrado em nenhum lugar parecido e por isso fiquei com cara de curiosa, mas logo me preocupei em mudar a expressão no meu rosto.

No meu caminho encontrei uma mulher próxima ao bar, ela era diferente, como eu sabia? Ela usava um pingente em formato de estrela. Como quem não quer nada, me aproximei dela sorrindo.

-Olá, meu nome é Spencer Millians e você?- Usar nomes falsos é tão legal.

-Hum, oi sou Margaret.- Disse timidamente, mas consegui um olhar de cima a baixo, logo capitei.

-Você não deveria estar no clube de heterossexual?- Fingi como quem não quer nada e pedi uma batidinha de vinho.

-S-Sim, mas é que eu fi-fiquei curiosa.- Disse corando.

-Quer dizer então que tem vontade de experimentar ficar com mulheres?- Perguntei sugestivamente e jogando charme. Gente, Hollywood está perdendo uma grande atriz, eu mesma.

-Er... bem sim?- Saiu mais como uma pergunta.

-Talvez eu possa te ajudar.- Fui interrompida por uma mensagem no meu celular, nela Sam dizia que havia descoberto que os antigos assassinos haviam passado pelo mesmo motel. Sorri com isso.- Sim, definitivamente posso te ajudar, minha mestre me dispensou hoje e estou a fim de dominar alguém.- Margarett me olhou torto.- Por favor... –Soprei o ar.

-Ok, e-eu aceito.

Sorri brilhante e sai da casa de submissão. Por fora eu sorria, mas por dentro eu estava desesperada, nunca havia se quer beijado uma mulher, ou pensou em uma mulher dessa forma, como iria fazer sexo assim? Pai do céu, me guie nessa jornada.

Por sorte o motel não era tão longe de onde estávamos, aluguei um quarto e Margarett sempre me acompanhava em silencio e pensativa. Assim que entramos no quarto e eu a encarei sorrindo de forma maliciosa, na minha mente era um homem ali, talvez ajudasse a encarar isso.

-Preparada?

-Olha, antes eu queria avisar que... e-eu sempre me senti atraída por mulheres, mas é errado e...- A silenciei com um dedo.

-Eu sabia disso assim que coloquei meus olhos em você.- Comentei sorrindo e massageei seus ombros.- Por favor, relaxa...

Antes que pudéssemos fazer qualquer coisa as luzes começaram a piscar, imediatamente fiquei alerta. Droga aqui não tem sal... pensei resmungando, encarei  o abajur e sorri agradecendo por aquele ser um abajur antigo e ser de ferro.

-O q-que está a-ac-acontecendo?- Margarett estava assustada, pobrezinha deveria ser uma barra pra ela. Mas espera, era uma barra pra mim também, eu estou enfrentando sozinha um fantasma pela primeira vez. Ai Deus! Socorro!

-Se acalme, nada vai acontecer com você.- Não sei como, mas minha voz saiu firme. Isso foi bom.

Tudo aconteceu ao mesmo tempo. Margarett gritou, um fantasma apareceu na minha frente, eu joguei o abajur nele, fazendo ele sumir. Infelizmente Margarett também havia sumido pelo tudo de ventilação.

-Droga!- Gritei e então apareceu  um outro fantasma, tentei jogar o abajur nele, mas o objeto escapou da minha mão voando longe. De repente outro apareceu ao meu lado e eu paralisei. Sim, quando me assusto eu paraliso.

-Amanda se abaixa!- Foi o que eu ouvi antes de me abaixar e ouvir um estampido saindo e o barulho de tiro logo após.- Você está bem?- Só então me toquei que era Dean que estava ali. Eu queria falar com ele, mas a voz não saia.- Amanda fala alguma coisa.

-Batata frita no dia seguinte fica murcha.- Foi o que eu disse, mas que merda foi essa?- OMG! Eu voltei, estou bem! Ufa.- Murmurei e então respirei fundo.

-Garota você é estranha.- Dei de ombros e Dean continuou.- Cadê sua amiga?

-Ela foi levada por um fantasma, ele a arrastou pela ventilação. E se estou enganada são dois fantasmas.

-Como você sabe disso?

-Vamos pro hotel.- Murmurei.- Lá explico pra você e Sam.-

Seguimos até o impala e em questão de segundos já estávamos no hotel, me acomodei na cama e suspirei explicando para os dois dizendo que eu estava seguindo o plano e então um fantasma me atacou enquanto outro atacou Margarett e então depois apareceram mais dois.

-Três fantasmas atacando? Isso não faz sentido.- Dean murmurou.

-A não ser que tenham morrido juntos.- Disse e os dois me encararam.- O que?

-Garota, você é mais nerd do que o Sam.

-Não ligue para o Dean, ele é assim mesmo, então topa me ajudar a pesquisar a respeito de quem pode ser esses fantasmas?- Sam sorriu.

-Mas é claro!- Sorri de volta.

Ficamos por volta de uma hora e meia pesquisando a respeito daquele local, descobrimos que por perto havia um antigo campo de concentração, haviam duas passagens que davam direto para o hotel. Povinho sem criatividade alguma esses antigos viu, pensei comigo mesma.

-Olha, quem comandava o campo de concentração eram três irmãos, eles eram os donos e mesmo agregando aos nazistas o que eles mais executavam eram gays e lésbicas e pelo que vejo quando mortos os corpos já foram cremados.

-Talvez nem tudo foi cremado...- Murmurei pensativa.- As cordas... não foram cremadas.

-Mas elas não faziam parte do corpo deles.- Dean falou como se fosse óbvio.

-Acho que entendi o pensamento dela.- Sam me encarou e continuou.- No meio da raiva por terem sido enforcados, seus espíritos tenham ficado presos através disso.

-Então, quando nós vamos acabar com esses fantasmas?- Perguntei empolgada e Dean me deu um olhar atravessado.

-Você não vai a lugar algum vai ficar aqui.- Dean falou serio.

-Mas...- Tentei argumentar mas ele me cortou.

-Isso não é argumentável menos negociável Amanda, você fica.- Falou firme saindo pela porta do hotel, o que fez com que eu fizesse um bico e cruzasse os braços.

Eles eram muito chatos!

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